Inteligência artificial só não é mais perigosa do que a burrice humana, diz Pacheco

Presidente do Senado afirma que marco legal pode ser votado antes do recesso

 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira (9) que espera votar antes do recesso parlamentar o projeto que regulamenta a Inteligência Artificial no Brasil. Segundo ele, o tema precisa de uma “tutela legislativa” urgente por se tratar de algo que “só não é mais perigosa do que a burrice humana”.

 

“É algo muito sensível que precisa ser regulado. É um erro achar que não deve ter tutela legislativa em relação a esse tema como também é um erro achar que não deve ter tutela legislativa em relação às redes sociais”, completou.

 

Leia Mais

Comissão especial do Senado analisa marco legal da Inteligência Artificial nesta terça-feira

Governo federal anuncia pacto de renegociação da dívida dos estados

Pacheco deve apresentar projeto que troca juros de dívida por investimentos em segurança até recesso do Congresso, dizem fontes

 

As declarações foram dadas durante evento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em Brasília.

 

Pacheco é autor do projeto de lei em discussão no Senado. O relatório do senador Eduardo Gomes (PL-TO) pode ser votado a qualquer momento na comissão temporária dedicada ao tema. O texto chegou a receber quase 130 sugestões de emendas.

 

Um dos pontos de grandes discussões são os artigos que tratam de direitos autorais.

 

O relatório final estabelece que empresas desenvolvedoras de IA que desejem usar conteúdo protegido por direitos autorais na construção de ferramentas com fins comerciais devem não só ter a permissão do proprietário do conteúdo como remunerá-los.

 

Caso o sistema desenvolvido não tenha fins comerciais, o projeto define que o uso de conteúdo protegido não constitui ofensa aos direitos autorais.

 

Também não será uma infração os casos em que a atividade da IA não “prejudique injustificadamente” os interesses econômicos dos titulares. Nesses casos, os desenvolvedores de IA não precisam sequer da permissão do titular.

 

Proposta em debate

 

O projeto de lei que regulamenta a inteligência artificial proíbe o desenvolvimento e o uso da ferramenta nos seguintes casos:

para causar danos à saúde ou à segurança dos cidadãos;

para produção ou disseminação de conteúdo com abuso sexual infantil;

para avaliar traços de personalidade ou comportamento passado a fim de avaliar risco de cometimento de crime, infrações ou de reincidência;

pelo poder público para avaliar ou ranquear cidadãos a fim de garantir o acesso a bens e serviços ou políticas públicas;

para armas autônomas;

para sistema de identificação à distância de cidadãos em espaços públicos; com exceção de pessoas desaparecidas, investigados por crimes de maior potencial ofensivo, e recaptura de réus fugitivos.

 

O relatório final do texto também conta com a permissão da chamada “mineração de dados”, se feita para combater crimes. A “mineração” é o processo de extração e análise de grandes quantidades de dados de forma quase totalmente automática.

 

www.valenoticiapb.com.br – Por Leonardo Ribbeiro (CNN Brasil). Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

 

 

 



Publicidades