Exportação de açúcar em Pernambuco registra alavancada; categoria projeta 2024 com otimismo

Portos do Recife e de Suape assinalaram, respectivamente, aumento de 14,5% e 38% no embarque da commodity no último ano

 

A aproximação dos atracadouros com o setor açucareiro tem refletido em bons resultados na produção em Pernambuco. A movimentação da principal commodity extraída no estado registrou números positivos no embarque, em 2023, nos portos do Recife, com 220,6 mil toneladas e um acréscimo de 14,5%; e de Suape, com mais de 211 mil toneladas e um salto de 38%, também em comparação ao mesmo período do ano anterior. Para a categoria, o cenário é visto como o início, ainda tímido, da almejada recuperação pós-pandemia. A projeção para 2024 é otimista.

 

“É o novo fôlego que estávamos precisando. Temos uma equação que se dispõe em 50% da produção para atender ao mercado externo, com destaque para os países da América do Norte, Europa, Norte da África e o eixo oriental. A outra metade fica para suprir toda a demanda dos demais estados do Brasil. Apesar de a pandemia não ter paralisado totalmente o setor de agricultura, a baixa foi inevitável e deixou resquícios que se estendem até hoje”, explica o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha.

 

Segundo ele, o açúcar sempre se manteve presente na pauta de exportações do estado e a localização estratégica dos portos com os polos de moagem e finalização, sobretudo na região da Zona da Mata, traz um diferencial competitivo. “Este estreitamento com as usinas, regido por muito diálogo e negociação com quem está na ponta, seja quem produz e também comercializa, nos garante mais eficiência, aqui dentro ou no mercado internacional”, reforça Cunha.

 

O diretor de Desenvolvimento e Gestão Portuária de Suape, Nilson Monteiro, reforça que esse estreitamento tem garantido bons frutos. “Conhecer de perto a realidade das usinas e especificidades de sua operação, antes, durante e depois do período de safra, nos permite a identificação de possíveis gargalos, colocando o time em campo para resolver. É uma antecipação de problemas que, lá na frente, nos traz como resultado um menor custo na exportação do açúcar”, pontua.

 

O acréscimo vai além, se refletindo na geração de mais postos de trabalho. “É uma tendência natural, com as usinas operando em maior capacidade, a necessidade de mão-de-obra também aumenta. Não dispomos de um relevo predominantemente plano, o que inviabiliza a instalação de mais maquinários, mas favorece mais trabalhadores”, explica Monteiro, lembrando também o crescimento do setor de logística, envolvida em todo o traçado de transporte.

 

O Porto do Recife também está nesta esteira, mirando em países como Gana, Costa do Marfim e Camarões. De acordo com o presidente, Delmiro Gouveia, entre os fatores que contribuem para o atual cenário estão os conflitos entre Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio, que geraram embargos comerciais. “Assinalamos um aumento na exportação de açúcar demerara e refinado para suprir as demandas das cotas americana e europeia. Temos habilitado novos operadores portuários e estamos em conversação com novos investidores, atrelados às áreas de importação, exportação e cabotagem. São ações que chegam para promover o desenvolvimento econômico do estado”, afirma.

 

Conforme a estatal, as exportações de açúcar à granel (VLP) tiveram acréscimo na ordem de 127,9% em relação a 2022, com movimentação de 301,7 mil toneladas. Fonte: Diário de Pernambuco

 

www.valenoticiapb.com.br – Por Portal do Agronegócio

 

 

 



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